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19/01/2017

Elegendo Uma Nova Eleição

resumindo: a forma que votamos em políticos deve ser rediscutida, e esse guia interativo (clique aqui) pode ajudar nisso!

O que é a democracia? Livros de filosofia política e Constituições dirão que é o governo do povo para o povo, que seria, no coletivo e de forma ideal, o verdadeiro detentor do poder que legitima a ação do Estado ou governo.

Mas como funciona a democracia, na prática? Como o poder “do povo” é “transferido” para um punhado de pessoas em uma capital longínqua e desconectada das necessidades básicas e visões de grande parte da população? Através de eleições. A cada dois anos, todos os indivíduos que a lei define como eleitores vão (até por obrigação legal) às urnas para escolher, entre os candidatos ali colocados à sua disposição, aqueles que supostamente nos representariam.

Mas como tais candidatos são escolhidos? Por que não podemos todos ser candidatos? Por que as eleições acontecem a cada dois anos, e não a cada cinco, ou dez, ou todo ano? Por que há partidos?

Pense na eleição como ir a uma sorveteria chique. Em uma dessas, você pode escolher entre a dúzia de sabores disponíveis, e combiná-los em até três bolas de sorvete em tamanhos diferentes de potinho. Parece uma baita liberdade, não? Mas por que só há esses sabores? Por que eu não posso simplesmente pegar quanto sorvete eu quiser no pote que eu quiser?

A resposta, no caso da sorveteria, é que seus proprietários a desenharam dessa forma e, sendo donos, têm liberdade pra isso.

Mas como dar a mesma resposta no caso do nosso sistema político-eleitoral-partidário? Como o poder vem “do povo” se a liberdade de escolha dada a esse mesmo povo é tão absurdamente restrita e cheia de características arbitrárias e contingentes?

Não vou tentar responder nada disso aqui. Mas vou divulgar algo que pode nos ajudar a pensar sobre isso, juntos: Elegendo uma Nova Eleição – um guia interativo de sistemas eleitorais alternativos. Essa maravilhosa exploração explorável, desenvolvida pelo incrível Nicky Case, não só nos explica como os nossos sistemas de votação tradicionais são defeituosos e péssimos, mas nos deixa explorar e interagir com sistemas alternativos, montando cenários diferentes e avaliando as consequências práticas de mudar a forma que votamos.

Trata-se de uma tradução executada por mim mesmo e Chico Camargo, com a ajuda de amigos e conhecidos para revisão e sugestões. O trabalho original, chamado To Build a Better Ballot, de Nicky Case, foi lançado em dezembro de 2016. Na tradução, buscamos adaptar o tom do texto e as referências ao português brasileiro, além de adicionar algumas pequenas adições que ajudassem a contextualizar a discussão ao cenário nacional. Se você tiver sugestões de mudança ou encontrar erros, por favor, me avise no twitter ou por email!

Precisamos de uma nova democracia, nisso todos concordam. Mas pra isso, precisamos saber o que queremos. E isso começa (também) pela revisão do modo através do qual escolhemos quem nos ‘representa.’

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