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30/04/2014

Retorno – Hibrida

Sumi daqui, creio que seja hora de voltar a pôr os pensamentos em ordem.

Muitas coisas aconteceram desde que o ano começou, e não pude dar atenção a elas: desenvolvi, junto ao Hibrida, um projeto que busca fazer referência à sinestesia, tenho acompanhado as agitações estudantis na FAU e no CM, bem como estudado coisas aleatórias. Falo aqui de uma dessas coisas. Em breve falo do resto- time’s a wastin’.

Hibrida

O Hibrida foi idealizado em conjunto por Paloma Oliveira, artista e mestranda na ECA-USP, e Jaime Lobato, artista multimídia mexicano que mexe com live coding e outras coisas divertidas. A ideia do projeto era incubar protótipos de dispositivos e interfaces “ampliadores de percepção.” Submeti minha proposta, disponível em .pdf aqui, para um simulador de sinestesia: basicamente, um device que, a partir de input sonoro, sintetizasse output visual, e vice-versa. Selecionada, com mais cinco, de um conjunto de cerca de trinta propostas, passou-se à etapa de seleção de colaboradores, na qual mais quatro pessoas incríveis se juntaram a mim pra desenvolver a minha – agora nossa – proposta. Iniciadas as atividades, ainda que com o auxílio do Jaime e também do Pedro “Pedrão” Pessoa (formando do CCM, que atuava como facilitador no Hibrida), tivemos um início lento. Passamos uma boa porção de reuniões decidindo o que queríamos do projeto e seus rumos, sem contudo concretizar muita coisa.

De início, decidimos, por razões de falta de tempo (o Hibrida acaba, no Brasil, oficialmente hoje, afinal, e começamos as reuniões em meados de março), limitar a ideia apenas à conversão de imagens em sons. Tivemos várias reuniões e passamos por rotas alternativas, em que cogitamos o uso de SuperCollider e PureData para síntese de som; levando em conta que a ideia original era que o projeto funcionasse em uma placa portátil como a Raspberry Pi, e que o ‘usuário’ pudesse andar por locais diversos da paisagem urbana e ver como o simulador responderia, criando uma experiência única para cada trecho.

Contudo, após a notícia de que os projetos seriam expostos em um local fixo, nos demos conta de que nosso projeto faria mais sentido como uma instalação, e ao perder liberdade na mobilidade, ganhamos na execução do projeto: ao invés de uma limitada placa portátil, um notebook seria usado. Ao invés da paisagem urbana em tempo real, o input visual seria um trajeto, escolhido pelo usuário, pelas paisagens do Google StreetView. Estabelecemos que seria usada a linguagem Processing para a leitura e análise do input visual, e que esta informação, por meio de um cabo virtual de MIDI (o loopMIDI), seria enviada ao software de produção musical Reason. Cada cor (seis cores, mais o cinza) corresponde a um timbre (ou sintetizador), e suas saturações e brilhos formariam as notas a serem tocadas. O resultado é uma melodia bastante estranha gerada em tempo real com base no que você vê -no caso, na tela, mas facilmente adaptável a uma câmera.

O Simulador de Sinestesia (cujo nome provisório até hoje não mudamos), junto com os outros cinco projetos do Hibrida, estará exposto hoje, das 19 às 22h, no Instituto de Artes da UNESP, na Barra Funda, em São Paulo, como parte da exposição Zonas de Compensação 2.0.

Página do projeto no site do Hibrida

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